E foi dentro de uma universidade considerada 'elitista' que eu senti o samba.
Festa Junina na FAU-USP, bem maior que esperava. bebi pouco e não comi nada. Naquele ânimo de sono, depois de trabalhar um dia todo, me vi ao lado de uma barraquinha gringa: o Shot do Gringo. Oferecia shots de uma pinga delícia, de graça, em agradecimento à USP e FAU. Fiquei pensando que gringos são diferentes de brasileiros. Como será ser um gringo? Como será ver a NOSSA cultura com o olhar deles?
Andando e pensando nisso, me vi DENTRO de uma roda de samba. E foi aí que senti alguma coisa diferente. Definitivamente diferente. Vi gente dançando e cantando com brilho nos olhos. A maioria dançando solto, entregue. Vi homens, mulheres, negros, loiros, gringos e brasileiros, compartilhando alegria. Como uma amiga disse, "samba toca no coração". É verdade. Pela primeira vez senti o samba, senti um som natural, que significava algo muito além do que as letras podiam dizer. Mais do que batuque, ritmo. Um pulsar, como se a música e as pessoas fizessem parte de algo muito maior, que crescia e transbordava.
Apesar dos pesares, dos problemas, a cultura brasileira é tão rica quanto qualquer outra. E, talvez, quando você treina o olhar pra dentro, as brasilidades fiquem ainda mais ricas.