domingo, 25 de outubro de 2015

Educação serve pra tudo. Até pro trânsito.

Olá vocês!

Há algum tempo venho pensando - e me indignando - a respeito da educação no trânsito, seja em grandes ou pequenas cidades. E cada dia mais me convenço de que a educação no trânsito reflete a real educação das pessoas.

"Ó, grande coisa! Você é mais óbvio que piada brasileira, seu magrelo metido".

Eu sei, dá nada.

Continuando: cada dia também me convenço que não adianta bosta alguma as campanhas de educação no trânsito. Nunca vi alguém dizendo:

- Pô, hoje não vou dirigir porque vi um anúncio e descobri que se estiver bêbado, posso matar alguém.

Ou algo como:

- Beber e dirigir é perigoso, sei que eu não fico 100% alerta quando bebo umas..

Não quero entrar no assunto da bebida em si, mas da consequência disso: a maioria da população pensa apenas nas consequências pessoais (multa, apreensão do carro etc). Hoje, andei por uns 15 minutos na Marginal Pinheiros em São Paul e vi, pelo menos, 6 ou 7 carros andando muito - mas MUITO MESMO - acima da velocidade regulamentada. 2 deles quase bateram, sendo 1 em mim.

E acredito que isso está muito relacionado àquela velha cultura nacional do 'espertinho'. Não basta ser justo, ou fazer o certo, o que importa é ter vantagem. Sobre alguém, sobre qualquer um. O que, no final das contas, nada mais é que falta de educação.

Não aquela falta de educação de ser estúpido, ou xingar. Aquele de não ser educado mesmo. É nesse ponto que entra a educação no geral, o ato de educar e, consequentemente, ser educado. Não a escolar (que, particularmente, acho estar falida há anos no Brasil), mas a educação do indivíduo, do desenvolvimento físico, moral e intelectual.

O que será que passa na cabeça das pessoas que fazem isso? Eu não consigo entender, de verdade. Qual a vantagem em andar rápido e frear nos radares apenas? Chegar rápido? Só? Será mesmo que essa é a única razão para que sejam tomadas atitudes tão rasas?

Na semana passada - ou retrasada - presenciei uma cena que me deixou boquiaberto. Imagine a cena: a mãe sentada no chão, o filho também sentado no chão, um tanto longe. Filho começa a fazer 'mãnha' e chama pela mãe. A mãe diz: filho, quando quiser ficar com a mamãe, estou bem aqui.

Caraaaaaaalho! O garoto parou de choramingar, continuou brincando e, na minha cabeça, entendeu um universo complexo de possibilidades do que fazer e as consequências do que ele queria/poderia fazer. Percebe? Tá, eu viajei no que o garoto deve ter imaginado, mas foi a primeira vez que entendi, de forma concreta, o ato de educar alguém. Não que meus pais não tenham 1 bilhão de outros exemplos, mas foi a primeira vez que vi o ato de educar, não de ser educado.

Não adianta campanha em cima de campanha para um trânsito melhor. Ela só vai atingir quem tem abertura para ainda ser educado.

Oscar Wilde tem uma frase bem legal. Ele diz "não sou jovem suficiente para saber de tudo".

Faz pensar, né?
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