terça-feira, 19 de outubro de 2010

A (nada rápida) fila de banco

Olá você, tudo bem?

Eu estou bem. Tive uma experiência um tanto “diferente” hoje. Isso aconteceu dentro do banco, onde fui pagar uma conta. Vou contar a pequena história para vocês.

Cheguei ao banco às 14h09 e logo que entrei reparei numa pequena fila. Imaginei que isso não seria problema, que ficaria ali, no máximo, 10 a 15 minutinhos. Mero engano!

20...25...30....35....40 minutos!!!! Comecei a duvidas que a “lei da fila” existisse no interior.

Curiosidade: Em 2005, entrou em vigor, em São Paulo, a Lei Municipal 13.948. Apelidada de ''lei das filas'', ela determina aos bancos que o atendimento nos caixas ocorra em até 15 minutos nos dias normais, 25 às vésperas de feriados e meia hora nos dias de pagamento de funcionários públicos. Outras cidades, como Vitória por exemplo, adotaram leis semelhantes.

Já estava bastante impaciente. Mas sempre tem algo bom! Meu número era o próximo: 87.
“Vai, me chama, me chama, me chama”...

Um senhor que estava em um dos caixas recolhe seus pertences e sai do caixa.

“Isso, é agora! Finalmente vão chamar meu número!! YEAH!!!”.

Píííruuu (som daquele visualizador de senhas) – O próximo número foi


“Opa, pularam minha vez!!!!” – mas logo lembrei que existia senha para atendimentos prioritários (idosos, gestantes, deficientes, caipiras etc).

Foi nessa hora que me levanta uma gestante. Devia ter uns 22, 23 anos. Até aí tudo bem. O que me tirou do sério foi olhar pra barriga, quer dizer, a falta de.
Duvidei na hora que ela estava grávida. Não era possível. Se estava grávida, devia fazer apenas uns 50 minutos. 40 minutos ela esperou na fila. Agora os 10 minutos anteriores, ninguém deve saber o que ela estava fazendo. Talvez o namorado estivesse esperando no carro.
E como alguém provaria que ela não era gestante? Acho que ninguém tem coragem de perguntar “você está mesmo grávida?”.

E fiquei ainda mais bravo quando vi um cartaz ao lado do caixa com os dizeres:

O banco respeita o seu tempo. Trabalhamos para que o tempo de fila dos caixas não ultrapasse 15 minutos em dias normais e 30 minutos em dia de pagamentos”.

Então resolvi: vou deixar de ser pastel e questionar, brigar pelos meus direitos. Claro que não vou vE foi aí que eu brigar de verdade, só fingir. E sabe o mais legal? Me dei bem! Ao chamarem minha senha, me aproximei do caixa e falei:

- Escuta. Por qual motivo o banco coloca um papel desses ao lado do caixa e demora 43 minutos atender os clientes?
- Ah, é recomendação da gerência – disse o caixa.
- Mas vocês não estão cumprindo o que dizem. Isso é propaganda enganosa. Vocês podem ser processados!
- Calma, senhor, vou chamar o gerente disse ele novamente. O mais engraçado, é que eu só estava comentando, sendo sarcástico. Mas achei que seria engraçado fingir que estava bravo de verdade.
Chega o gerente e diz:
- Boa tarde. O senhor pode me acompanhar? – E faz um gesto indicando uma porta com uma placa, escrito “Somente funcionários autorizados”, o que foi MUITO legal. Sempre quis quebrar as regras: entrar em lugares proibidos, buzinar em túneis e apertar botões vermelhos!!!!
Ao entrar, fiquei decepcionado. Era um corredor com 2 máquinas Xerox e 1 mesa perto da parede do fundo com 3 cadeiras ao redor. Muito sem graça. Nenhum duende contando galeões (dinheiro bruxo) à luz de abajures amarelados com a cúpula verde.

Depois de nos sentarmos, chegou uma ‘copeira’ com uma bandeja. Na bandeja tinha café, suco e um monte de biscoitinhos de chocolate. Depois de perguntar o meu nome o gerente começou a falar:

- Senhor Bruno. O senhor precisa entender que, de vez em quando, alguns funcionários precisam tirar uma folga. Normalmente temos outros para repor, mas hoje, infelizmente, a funcionária escalada está doente. Por isso poucos caixas funcionando e a fila demora um pouco mais. Como é a primeira vez que isso acontece no banco, acredito que não é o caso de processar o banco.
Não teve jeito. Fiquei com uma vontade quase incontrolável de rir e disse:

- Tudo bem. Não vou processar. Vou embora que estou atrasado. Mas que isso não se repita de novo, hein! Ah, posso pegar mais um biscoito?

Conclusão:
1.       As pessoas, quando estão erradas, morrem de medo de levar a pior. O engraçado é que mesmo erradas, elas não fazem nada para mudar a situação. Isso é típico de interior (leia Itatiba).
2.       Fingir que é “casca grossa” (não confunda isso com o Cascão, personagem de Maurício de Souza) pode ter suas vantagens.
3.       Fui ao banco para pagar contas, o que sempre é ruim. Mas pelo menos, saí de lá sem fome e com meio pacote de biscoitinho de chocolate enfiado na mochila.

Um comentário:

GORETE CHAVES disse...

Bruno,

Você parece entender de filas, então pergunto eu:
- Por que meu palpite na escolha da fila que anda rápido sempre dá errado?
- Conheces dados estatísticos que auxiliem na melhor escolha da fila, ou é só falta de sorte mesmo?

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